sábado, 18 de junho de 2011

Um dia qualquer como esse de hoje

Não pergunte por que, nem quando. Simplesmente mudou. Antes eu pegava um livro, sempre o próximo da lista, sempre o que estava esperando ansioso para ser lido e lia até o fim, mesmo se não gostasse muito da história. E isso era uma obrigação, era o certo, era o que eu fazia sempre. Podia demorar um pouco, um livro meio óbvio me custou uns quatro meses uma vez. Mas era sempre assim. Tentar fazer de outro modo me deixava ansiosa, faltava algo, até culpada me sentia e logo voltava a minha sequência já rotineira.
Um dia qualquer como esse de hoje, eu peguei um livro e comecei a ler. O livro não me cativou nem nas 100 primeiras páginas e pensei que isso não estava certo. Eu não tinha obrigação de lê-lo até o fim. Era ele que tinha por obrigação me cativar, se nem curiosidade para saber o fim da história eu tinha, pra que mesmo continuar? Eu agora pensava que tinha uma lista de livros disputando minha atenção, querendo provar que eles eram bons, que valiam à pena. Não havia razão alguma para que eu continuasse a ler um livro que não me agradava. Talvez, um dia qualquer como esse de hoje, eu dê uma segunda chance a ele. Mas agora? Não tenho obrigatoriedade nenhuma contigo, ó livro repetitivo.
Também não mencionei um detalhe. Uma das coisas que me prendiam a esses livros era a ideia do inacabado. Pensar em não terminar, deixar pela metade era aterrorizante. Era como deixar uma parte da minha vida suspensa, de alguma forma eu não iria pra frente. Aquele livro sempre estaria ali, inacabado e com isso mostrando as pontas soltas na minha vida. Foi tentando me ajudar para a vida que ela orientou-me assim, eu que levei e levo tudo para os livros. Te amo, mãe. Só não sinto mais culpa por abandonar livros que foram escritos para outras pessoas que não eu.
Imaginei ainda que deve ser muito mais prazeroso conversar com a capa e a sinopse antes de começar a ler. Claro que todos eles passaram por isso (pelo menos a maioria deles) antes de entrar nessa lista, mas vou desafiá-los. Quero ver se conseguem me conquistar duas vezes. Nada mais de ordem de lista. E vamos indo. Quem sabe isso não mude de novo? Eu é que não sei e perderia a graça saber também.

2 comentários:

  1. Achei muito digno. Logo eu que por muita vezes deixei muitas coisas pela metade, e tenho a certeza que se tivesse opnado em continuá-las até o final não estaria vivendo ao seu lado... decisões tem quer serem tomadas, aí vai de vc continuar o que não lhe interessa ou ir ao encontro de coisas que irão lhe fazer feliz.

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  2. achei digno tam!bém!! e se tivesse um "legal" pra eu curti... já o teria feito!!!

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