segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Algo de novo

Fazer escolhas é complicado, exige uma responsabilidade que geralmente não gostamos.Claro que quando essas escolhas nos levam aonde queremos chegar, ficamos orgulhosos de nós mesmos, mas quando o contrário acontece sempre podemos aprender com o erro.
Era nisso que eu pensava quando andava distraída por entre aquelas pessoas ocupadas e ansiosas.Mesmo estando ali e conhecendo aquele caminho tão bem, sempre via algo interessante enquanto caminhava não tão rápido quanto os outros.
Aquela paisagem de letreiros publicitários e prédios era apenas um cenário para vidas que eu gostava de observar, me sentia apenas como uma espectadora daquilo tudo, mas não me importava.Sentia-me confortável exercendo aquele papel.
Agora mesmo eu via uma cena cotidiana ali da qual eu nunca me acostumava. O homem do bombom com a camisa de propaganda política que ele usava sempre e o garoto, que eu acreditava ser seu filho, brincando com um dos seus brinquedos prediletos, a caixa vazia de cigarro.Ele gostava de uma garrafa pet e um pedaço de papelão.Com todos ele brincava como se fossem aviões, cada dia escolhia um dos três.Teve um tempo que a tampa de um lixeiro também era brinquedo, mas depois ele não a trouxe mais. Passava por ali curiosa, sempre querendo saber qual seria o brinquedo do dia.
Não sei se pela fixação do garoto em fazer qualquer coisa voar ou pelo seu sorriso todo dia,não sei, mas o garoto me lembrava esperança.Já seu pai com o olhar sempre pra frente, muito sério e o rosto marcado pelo tempo me remete a desilusão.O contraste entre aqueles dois era fascinante pra mim.Será que só eu via aquilo?
Tinha também coisas únicas que eu presenciei ali, como o dia que dois homens brigaram por terem se esbarrado, esse dia muitos se amontoaram para ver o que acontecia. No fim, os homens saíram se xingando.Um casal sorrindo cúmplice, enquanto conversavam e pegavam na mão um do outro também não era uma cena comum ali, aqueles dois pararam um instante para olharem-se ali, onde ninguém se via.
Mas eu? Eu não era parte daquilo, eu analisava tudo que aquele mundo tinha para me mostrar e não pedia nada em troca.
Até o dia em que cruzei com um sorriso que atraiu meu sorriso e me fez parar de observar todo o resto. O homem do bombom e o seu filho agora observavam aquele encontro e eu entendi que algo mudara, percebi que não mais observava a vida naquela paisagem, agora eu era parte dela.
Era algo completamente diferente, eu e o dono daquele sorriso éramos algo interessante, meu papel mudara, talvez eu me acostumasse com aquilo, talvez não. Eu só tinha certeza que aquilo era novo e imprevisível.

Feliz Ano Novo

2 comentários:

  1. Que sorriso foi esse, hein?!
    hsuahushauhsuahs
    Beeeijo!

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  2. Eu gosto do Novo, mas não consigo desprender o passado que está grudado em mim. :~~ Aos poucos esse passado irá desgrudar e por fim o Novo vai poder ser completo. =)

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