Mesmo que eu não tivesse nada a perder, não consegui continuar.Tinha sido difícil tomar aquela decisão e mesmo assim eu vacilava.Era como se toda minha reflexão não valesse de nada.
Eu queria pular.
Eu não podia pular.
Sempre quis ter filhos. Foi o pensamento que veio quando eu me inclinava ali.Engraçado.Fazia bastante tempo que eu não pensava naquilo.Eu posso dizer que o vento contra meu corpo, tentando me afastar, também me fez repensar.Mas eu decidi pular no momento em que peguei o carro e fui ao penhasco, sempre subindo.Eu não tinha nada a perder. Não tinha como ter filhos, por exemplo.
Aquilo estava certo, eu não tinha nada a perder.Eu só ganharia!Ia acabar minha aflição, finalmente.Porquê aquilo agora?Mais uma vez olhei pra baixo.A correnteza forte não me dava medo.Já era algo que eu admirava e respeitava há muito tempo.
Chega!Eu pularia e deixaria o resto de lado.Eu pularia e pensaria em tudo o que me levou a pular durante a queda.Seria perfeito.
Dei dois passos pra trás, sorri satisfeita por ter criado coragem.Respirei fundo e já perdi as contas de quantas vezes.Enfrentei o vento, enfrentei meu instinto de sobrevivência.
Pulei.Durante a queda eu sentia tudo ao mesmo tempo, coisas boas e ruins.As boas superaram todo o resto...
De repente eu parei no ar.O cabo pendurado no meu pé lembrou que meu pulo era falso.Eu sorri.Foi maravilhoso enquanto durou.Talvez eu pulasse de novo um dia.
A batalha dos Deuses – O jogo
Há 3 meses
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